"Só há verdadeira solidão onde falta Deus."

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Desafios para o ministério do Catequista



“Adormeci e sonhei que a vida era alegria; despertei e vi que a vida
era serviço; servi e vi que o serviço era alegria” (R. Tagore).



Um dos maiores problemas enfrentados pela catequese hoje é a formação permanente.
Muitos não participam ativamente, inserindo-se na comunidade e em comunhão com a Igreja que conferiu o mandato de catequista. A conseqüência da falta de compromisso com a formação continuada será a educação de cristãos desvinculados da vida e da comunidade, para uma prática descompromissada e individualista.


Além da problemática da formação, encontramos diversas realidades que a catequese se depara:

* Crianças e jovens que encontraram na família um ambiente propício para a iniciação cristã e
outras não.
* Catequizandos que foram iniciados aos sacramentos, mas não foram devidamente iniciados
à vida comunitária.
* Diversidade quanto à realidade vivida pelos catequizandos.
* Famílias em situações irregulares diante das leis da Igreja.
* Pessoas cada vez mais sedentas de Deus e de um caminho de fé.
* Pluralidade de religiões e seitas numa sociedade cada vez mais global e excludente.
* Grande rotatividade de catequistas.
* Faltam catequistas preparados para o ministério na Igreja.
* Falta de um maior conhecimento bíblico e teológico.



É muito comum ouvir nas ruas que as pessoas não querem compromisso. Mas isto vira filme de terror, quando ouvimos da boca de um catequista: “se for pra exigir algo mais sério eu desisto de ser catequista!”. Se for um trabalho que exige tempo, disponibilidade e perseverança as pessoas e até os catequistas tentam dar um jeitinho para saírem de fininho. Não querem, não gostam, não se sentem autenticamente motivados.

Numa conversa bastante franca pode-se dizer que não é só a catequese que empenha sacrifício, capacidade para aprender e uma boa dose de motivação. Tudo na vida requer isso, inclusive o trabalho e o casamento. Será que as pessoas estão realmente conscientes disso? Muitos fazem suas opções sem terem consciência das conseqüências de suas escolhas.

A maioria das pessoas hoje quer optar por uma vida fácil, descomprometida e sem muita dor de cabeça. Será que a nossa fé cristã admite sustentar uma visão dessas? Ser cristão, não só de nome, implica em assumir pra valer o mesmo caminho de Jesus, um caminho que dá sentido à vida, que traz felicidade, mas que tem as suas renúncias, que requer doação, discernimento e coragem. Só quem ama verdadeiramente, está disposto a correr todos os riscos para oferecer maior qualidade de vida para os outros. Isto fez Jesus: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Quem não segue este mesmo caminho, trai a sua fé e engana a si próprio num caminho de aparências e desventuras.

Em meio aos desafios, as Diretrizes Gerais para a Catequese já apontam para a catequese como uma ação prioritária na Igreja: “a formação catequética é prioridade absoluta, e qualquer atividade pastoral que não conte para a sua realização, com pessoas realmente formadas e preparadas, coloca em risco a sua qualidade” (DGC 234).

O ministério do catequista não pode ser de modo algum uma atividade improvisada, espontânea e momentânea. Para responder aos desafios faz-se necessário elencar alguns critérios importantes para ser catequista na Igreja:

> Ser jovem (acima de 15 anos) ou adulto, que tenha recebido os sacramentos de iniciação cristã.
>Alguém que tenha passado por uma formação inicial para ser catequista.
> Uma pessoa bem integrada consigo mesma, equilibrada em sua afetividade e sexualidade.
> Seja uma pessoa aberta e disponível para viver a comunhão com os demais membros da
comunidade que atuam em pastorais, movimentos e ministérios na Igreja.
> Tenha discernimento e boa conduta, habilidade para corrigir e humildade para servir.
> Saiba exercitar a paciência, por meio do respeito e da tolerância ao diferente.
> Seja uma pessoa alegre, com coração de discípulo para aprender e um místico para
experimentar a presença de Deus pela oração.
> Seja membro ativo de sua comunidade, que participa e celebra a sua fé, testemunha a
caridade e a esperança.
> Seja um pessoa de fácil convivência, de bom relacionamento e bonita amizade com os
demais catequistas.
> Saiba acolher os catequizandos e conviver com a diferença, sem perder sua identidade de pessoa, cristão e ministro da Igreja.
> Esteja aberto e atento à formação permanente, para crescer cada dia a mais no discipulado missionário de Jesus.
> Tenha grande estima pela catequese, deixando transparecer sua paixão pela catequese no anúncio-testemunho da Palavra de Deus.




Fonte: http://www.arquidiocese-pa.org.br/sistema_docs/um.pdf

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Saber do Catequista: preparar-se para servir



O Diretório Nacional de Catequese (DNC) cita estas palavras do DGC quando fala da importância da formação inicial e permanente de catequistas, tendo em vista o exercício de sua missão (ver DNC, nº 252).


A formação de catequistas é um instrumento valioso na preparação de pessoas para o ministério catequético, pois lhes dá segurança no anúncio do Evangelho. Além disso, o/a catequista cresce e se realiza como pessoa, assumindo sua missão com alegria e satisfação. A qualidade de sua ação pastoral também é aprimorada, dinamizando suas atividades.


É por isso que muitas/os catequistas estão participando das Escolas Bíblico-Catequéticas regionais, diocesanas e paroquiais. Também temos cursos de pós-graduação na área catequética em algumas partes de nosso país, onde várias pessoas aprofundam seus conhecimentos. Isto revela o amor e a dedicação de milhares de catequistas que generosamente investem tempo e dinheiro para melhor servir o Povo de Deus.


O DGC insiste em três aspectos do conhecimento que são importantes no exercício do ministério catequético: 1. a mensagem a ser transmitida; 2. o interlocutor que recebe a mensagem; 3. o contexto social em que vivemos.



A mensagem

“A mensagem é mais que doutrina, pois ela não se limita a propor idéias. A mensagem é vida” (João Paulo II, citado no DNC 97). A mensagem catequética faz ecoar a mensagem de Jesus, que nos comunicou o mistério da Santíssima Trindade, Deus-Comunhão(ver DNC 100). O centro da mensagem catequética é anunciar que “a salvação é oferecida a todas as pessoas, como dom da graça e da misericórdia de Deus” (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi 27a).


O DNC nos apresenta alguns critérios para anunciar esta mensagem: Em primeiro lugar está a centralidade da pessoa de Jesus Cristo, depois vem a valorização da dignidade humana, o anúncio da Boa Nova do Reino de Deus, o caráter eclesial da mensagem, a exigência da inculturação e, por fim, a hierarquia das verdades da fé (ver DNC 105). Importante ressaltar que a fonte da mensagem a ser anunciada encontra-se na Palavra de Deus transmitida na Tradição e na Escritura. “A Igreja quer que em todo ministério da Palavra, a Sagrada Escritura tenha uma posição pró-eminente” (DGC 127).



O interlocutor


Em vez de falar de “destinatário”, o DNC prefere usar “interlocutor”, já que o catequizando interage no processo catequético (ver DNC, cap. 6). Além de levar em consideração as diferentes etapas da vida humana (idosa, adulta, juvenil, adolescente, infantil), faz-se necessário não esquecer a catequese na diversidade, que inclui os grupos indígenas, afro-brasileiros, as pessoas com deficiência, os marginalizados e excluídos, as pessoas em situações canonicamente irregulares. Ainda devem ser tidos em conta os grupos diferenciados (profissionais liberais, artistas, universitários, migrantes...), os diversos ambientes (rural e urbano), o contexto sócio-religioso (pluralismo cultural e religioso, a religiosidade popular, o ecumenismo, o diálogo inter-religioso, os recentes movimentos religiosos), e o contexto sócio-cultural (inculturação, comunicação e linguagem) para que possamos alcançar a todos.



O contexto social


O parágrafo 86 do DNC cita a Constituição do Vaticano II, Gaudium et Spes 1: “as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”. Portanto, a vida humana e tudo aquilo que a envolve faz parte do anúncio catequético, que não pode ignorar o mundo em que vivemos.



O que um/a catequista precisa conhecer?


Levando em consideração a mensagem, o interlocutor e o contexto social, o DNC (nº 269) apresenta os conteúdos que um/a catequista precisa conhecer para desempenhar com qualidade e segurança seu ministério:

a) a Palavra de Deus, fonte da catequese: “A Sagrada Escritura deverá ser a alma da formação”;

b) o núcleo básico da nossa fé: as quatro colunas (credo, sacramentos, mandamentos/bem-aventuranças, pai-nosso);

c) as ciências humanas, de modo especial um pouco de pedagogia e psicologia;

d) o Catecismo da Igreja e os documentos catequéticos (Catequese Renovada, Catechesi Tradendae, DGC, DNC...);

e) a pluralidade cultural e religiosa: educação para o diálogo com o diferente;

f) os acontecimentos da história: descoberta dos sinais e dos desígnios de Deus;

g) a realidade local: história, festas e desafios do lugar em que se vive;

h) os fundamentos teológicos da ação pastoral: rosto misericordioso, profético, ministerial, comunitário, ecumênico, celebrativo e missionário.

O saber não é algo isolado, mas está em estreita conexão com o ser (pessoa) e o saber fazer (metodologia) do catequista.


Um/a catequista bem preparado/a será capaz de formar discípulos de Jesus comprometidos com a causa do Evangelho e do Reino: vida plena para todos. Isto inclui todas as dimensões da vida humana, que precisam ser fecundadas pela semente do Evangelho. A formação é o espaço que temos para nos tornar “adultos na fé rumo à maturidade em Cristo”.


Pe. Videlson Teles de Meneses
Fonte: CNBB


Texto fornecido pelo site http://www.catequisar.com.br/

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

CATEQUISTA, ESTÁ NA HORA DE NOS CONHECERMOS. FAÇA SEU CADASTRO NO SITE DA CNBB.


No Ano Catequético Nacional estamos lançando o cadastro dos catequistas com a finalidade de obter dados concretos sobre os/as catequistas, no Brasil: quantos são, onde estão, o que fazem, a quem estão atingindo com a sua presença evangelizadora. Isso tudo, porque ainda não temos um banco de dados da catequese, que possa contribuir na dinamização do nosso trabalho. A partir das informações obtidas teremos condições de elaborar nossos projetos com maior aproveitamento, pois partimos de uma realidade concreta.



É importante que VOCÊ, CATEQUISTA, faça seu CADASTRO, na certeza de que está contribuindo para o crescimento do saber catequético em vista de uma catequese que forma para o DISCIPULADO.
 
Entre no portal da CNBB
 
http://www.cnbb.org.br/catequista/
 
Fonte: CNBB